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Andar por Berlin é literalmente andar pela história e pelo seu passado. Marcas no chão evidenciam onde certo tempo havia um muro ali. Prédios carregados de significados que já serviram de cenário para acontecimentos que mudaram a história ou restos de construções que representam passagens históricas.
Nunca senti o passado tão presente.
A cidade é como um museu gigante, muitas vezes a sensação que tive é a de que Berlin parou no tempo para viver do seu passado. Até mesmo as novas contruções como o Memorial do Holocausto se refere ao passado.
Pura ilusão.
Grande evidência de que a cidade não parou no tempo é a dificuldade em reconhecer que aquela parte onde hoje está cheia de lojas e shopping center ficava na área oriental. Áreas onde nascem prédios modernos de aço e vidro. Contudo é difícil pensar em Berlin sem as últimas partes intactas do muro e seus pedaços vendidos como souvenir; sem artistas travestidos de soldado americano e soviético no portão de Brandenburg e Checkpoint Charlie; sem museu da DDR para reviver a sociedade alemã socialista.
Tanta história que naturalmente atrai hordas de turistas de todo o mundo. Ironicamente muitos turistas da China, ainda "comunista", que visitam Berlin para conhecerem a cidade historicamente marcada pela divisão ideológica.
A divisão da cidade ainda é muito visível.
Algumas áreas freqüentadas somente por diplomatas e milionários com lojas caríssimas, carros de alto luxo estacionados nas ruas, cafés e restaurantes bacanas com menu inacessível para os meros mortais e outras áreas freqüentadas somente por imigrantes e mendigos com lojas de segunda mão, carros da era soviética estacionados nas ruas, cafés e restaurantes baratos e de higiene um tanto que duvidosa.
Mas Berlin é isso, uma cidade que representa o conceito biológico de que nada se perde, tudo se transforma.
Onde vivem e convivem neonazistas, punks, muçulmanos, indianos, executivos e diplomatas.
Onde velhos Trabans se transformam em novas manias convivendo com Smarts e Ferraris.
Onde o velho Reichstag que sobrevive ao tempo é reconstruído e sedia atualmente o parlamento alemão.
Onde a velha estação central de trem se transforma em um ultramoderno centro de transporte.
Onde o velho dá espaço ao novo que revive o velho.
Memorial do holocausto.
Área de Berlin Oriental ainda "intacta".
Potsdamer platz.
Flagrante de trânsito em Berlin... quanto tempo essa bagunça durou? Menos de 1 minuto, o tempo de tirar umas fotos.
Guindastes fazem parte do cenário da cidade em constante transformação.
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