O que é a vida?
Alguns dizem que ela é para ser vivida… que significaria? Outros dizem que ela precisa ter metas e todo dia matar um leão para atingi-las. Ainda há os que dizem que ela vem pós-morte. Definição da vida deve ser como escalação da seleção brasileira de futebol, cada um tem a sua favorita, mas quase todos são unânimes quanto ao fato de que a vida precisa ter uma explicação.
Antes da viagem decidi fazer algumas anotações. Impressões que esperava confirmar, expectativas, pré-conceitos. Foi quando me perguntei como organizar tudo isso de uma maneira um pouco mais ordenada, talvez racional. Dai decidi empregar o “por que”. Por que isso, por que aquilo?
Desde simples escolha dos destinos: Por que Europa? Por que Alemanha? Por que não Congo? Por que não Tibet? Por que Estônia? Por que escolher tal país e não aquele outro?
Até questionamentos mais profundos: Por que quero ir pra tão longe? Por que fazer algo tão arriscado, diferente para o meu nível de vida? Por que ao invés de viajar não acolho algum projeto novo para minha vida que racionalmente possui uma probabilidade alta de dar certo? Por que não correr atrás de dinheiro? Por que correr atrás de sonhos, de mudanças?
Quando comecei a informar as pessoas sobre a viagem muitos desses “por que”s se repetiram com algumas variações. 100% das pessoas perguntaram “por que raios Estonia?”. Dai partiram para o “por que não tal país?” Por que não faz isso? Por que não procura aquilo?” Por que não trabalha? Por que não faz um curso?"..."
Respondi ao questionamento de todos contando para cada pessoa uma resposta tanto que diferente sem estar mentindo. Uma variação aqui, uma resposta diferente ali, mas sem mentir em nenhum momento.
A resposta para o por que deste projeto? NÃO SEI. Um puro e sincero não sei. Se trata do desconhecido, se trata de seguir o som que baixinho ecoa do fundo do coração.
Não encontrei respostas enquanto estava no Brasil, agora que estou aqui na Europa sei que não vou encontrá-las. Nunca teremos as respostas para todas as coisas da vida. Algumas encontramos ao longo do caminho e outros nunca entenderemos. Ainda assim a maioria das pessoas passam a vida inteira procurando explicações. Assim como a foto acima, NÃO SEI aonde vou parar seguindo a estrada, NÃO SEI se esta estrada é a melhor ou pior que outras, mas sigo em frente...
Uma das coisas que mais me fascinam é a navegação. Quando o ser humano pescava na beira do rio ou do mar, quando alguém decidiu construir um barco para ir pescar dentro da água teoricamente não havia explicação. Se da maneira que vinha fazendo o homem conseguia o peixe que precisava para se alimentar por que construir um barco e pescar dentro da agua? Possivelmente foi movido pela necessidade quando passou fome e não conseguiu arrumar seu peixe com seus pés em terra firme, mas talvez um homem acordou uma manhã com uma tremenda vontade de entrar para a historia e para o Guiness e fez-se o barco. Então tudo foi evoluindo e eis que alguns não satisfeitos em sairem da terra firme e se aventurarem cada vez mais adentro mar e/ou rio decidiram também pegar o barco, sair da terra, ir para água e não voltar. Ir em frente pra ver aonde iria dar. Qual a explicação de alguém fazer isso? Largar o cotidiano que esta acostumado desde pequeno e sair pelas águas sem a perspectiva de aonde vai parar e SE irá voltar? Talvez algum viking brigou com a esposa em casa e decidiu dar uma volta pra esfriar a cabeça, e assim começaram as grandes jornadas náuticas. Você pode dizer que os portugueses e espanhóis buscavam ouro, prata e especiarias, por isso tantos foram ao mar se aventurar em busca de riqueza e reconhecimento, mas eu discordo. Será que um punhado de ouro é o que motivava uma pessoa a pegar uma embarcação e ir rumo ao completo desconhecido? Hoje a história de que o mar terminava adiante com uma queda d’agua para o precipício de Lúcifer parece piada, mas faça uma força para entender que isso foi alguma vez levado como verdade e com toda razão imagino. Sentado na praia olhando para o mar infinito faz todo sentido. Pega-se o barco, faz-se um oba oba de despedida no pier e então sobra você, a tripulação, o barco e o mar. Depois de dias sendo empurrado pelo vento e continuando a ver somente mar provavelmente pensaria no prêmio, mas e depois? Depois de meses? Na verdade depois de uma semana sem ver nada além de água como não pensar em dar meia volta e ir para casa? Talvez o motivo do sucesso dos navegantes portugueses e espanhóis está que diferente de outras nações eles levavam palestrantes motivacionais a bordo para animar a galera. Se algumas vezes você acha uma semana da sua vida entediante demais imagina semanas tendo somente o mar como papel de fundo e ver o estoque de comida acabando, acabando… Dai basta lembrar que você ganhará um punhado de ouro para retomar a coragem de encontrar novas terras?
Qual a explicação nisso tudo? Por que essas pessoas decidiram fazer algo diferente?
Somente com algumas pessoas comentei que estou viajando sem saber exatamente o que estou procurando. A maioria achou um absurdo gastar tanto dinheiro e tempo sem ter algo certo para buscar. Ir para tão longe sem saber a razão disso? Mas dai te pergunto: POR QUE a nossa vida precisa de tantos PORQUES?
quinta-feira, abril 17, 2008
quarta-feira, abril 16, 2008
REBORN
Caros companheiros, caras companheiras.
Após muito pensar, repensar, refutar, mudar de idéia e retornar questionamentos eu me decidi. Vou expor muitas coisas desta viagem que muitos, senão todos, sabem que estou realizando pela Europa.
Como muitos sabem sou uma pessoa mais reservada que gosta como qualquer pessoa de contar somente alguns segredos e manter outros e não ficar se expondo sem necessidade, cabendo aos mais íntimos aturar histórias e sentimentos pessoais mais profundos.
Por que era contra publicar os acontecimentos desta viagem?
Considerava e ainda considero que muitas coisas só serão compreendidas pela particularidade de minha mente. O que faz completo e total sentido para mim pode ser totalmente absurdo ou ponto comum para todos. Também não quero fazer da minha viagem um guia turístico muito menos uma revista Contigo ou Caras para acompanharem semanalmente a vida dos outros. Tudo bem que algum pentelho vai me corrigir dizendo que não é semanal, mas sim quinzenal. Enfim o ponto central é a exposição sem necessidade.
Então por que decidi voltar atrás e publicar minhas impressões dos locais que visitei e irei visitar?
Percebi que assim que voltasse à vida normal, assim que voltasse ao Brasil todos iriam perguntar: “você esteve sumido ultimamente não? Por onde andou? ……… Ah viajou? … Para onde? …. Me conta tudo, detalhes quero detalhes…..” e por aí vai.
Como é simplesmente impossível sintetizar todos os sentimentos e emoções de 90 dias em uma conversa que seja de 10 minutos ou 10 horas publicando de tempos em tempos o que tenho enfrentado por aqui na Europa será a melhor solução para quando voltar para São Paulo não ter de repetir a mesma história N vezes, ou esquecer N detalhes diferentes cada vez que contar um capitulo da aventura. Contudo, como me descrevi no começo reservo muitos detalhes. Fica alguns segredos para os amigos íntimos, outros somente para mim e alguns que melhor nem contar para mim mesmo.
Minha viagem não é tão interessante quanto a de um amigo que está fazendo a volta ao mundo. Não terei tantos países e culturas para descrever diferenças, impressões, mas ainda assim para mim se trata de uma grande aventura, principalmente de um grande sonho e compartilhar isso pode ser algo interessante.
Quero deixar muito claro que tudo a ser apresentado por mim ao longo dos próximos dias e meses diz somente as impressões das coisas segundo o meu ponto de vista. Assim comentar sobre uma cidade, um país ou uma situação nunca é único absoluto. Ao criticar alguma coisa positivamente ou negativamente não quer dizer que você também teria essa mesma impressão.
Após muito pensar, repensar, refutar, mudar de idéia e retornar questionamentos eu me decidi. Vou expor muitas coisas desta viagem que muitos, senão todos, sabem que estou realizando pela Europa.
Como muitos sabem sou uma pessoa mais reservada que gosta como qualquer pessoa de contar somente alguns segredos e manter outros e não ficar se expondo sem necessidade, cabendo aos mais íntimos aturar histórias e sentimentos pessoais mais profundos.
Por que era contra publicar os acontecimentos desta viagem?
Considerava e ainda considero que muitas coisas só serão compreendidas pela particularidade de minha mente. O que faz completo e total sentido para mim pode ser totalmente absurdo ou ponto comum para todos. Também não quero fazer da minha viagem um guia turístico muito menos uma revista Contigo ou Caras para acompanharem semanalmente a vida dos outros. Tudo bem que algum pentelho vai me corrigir dizendo que não é semanal, mas sim quinzenal. Enfim o ponto central é a exposição sem necessidade.
Então por que decidi voltar atrás e publicar minhas impressões dos locais que visitei e irei visitar?
Percebi que assim que voltasse à vida normal, assim que voltasse ao Brasil todos iriam perguntar: “você esteve sumido ultimamente não? Por onde andou? ……… Ah viajou? … Para onde? …. Me conta tudo, detalhes quero detalhes…..” e por aí vai.
Como é simplesmente impossível sintetizar todos os sentimentos e emoções de 90 dias em uma conversa que seja de 10 minutos ou 10 horas publicando de tempos em tempos o que tenho enfrentado por aqui na Europa será a melhor solução para quando voltar para São Paulo não ter de repetir a mesma história N vezes, ou esquecer N detalhes diferentes cada vez que contar um capitulo da aventura. Contudo, como me descrevi no começo reservo muitos detalhes. Fica alguns segredos para os amigos íntimos, outros somente para mim e alguns que melhor nem contar para mim mesmo.
Minha viagem não é tão interessante quanto a de um amigo que está fazendo a volta ao mundo. Não terei tantos países e culturas para descrever diferenças, impressões, mas ainda assim para mim se trata de uma grande aventura, principalmente de um grande sonho e compartilhar isso pode ser algo interessante.
Quero deixar muito claro que tudo a ser apresentado por mim ao longo dos próximos dias e meses diz somente as impressões das coisas segundo o meu ponto de vista. Assim comentar sobre uma cidade, um país ou uma situação nunca é único absoluto. Ao criticar alguma coisa positivamente ou negativamente não quer dizer que você também teria essa mesma impressão.
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